quarta-feira, 3 de agosto de 2011

SHINE, SHINE LITTLE STAR – (O SECADOR - PARTE 1)



Há dias eu e minha avó estávamos com um problema muito sério: sem secador de cabelos!
Poderia tratar-se de um probleminha meramente de vaidade feminina, não fosse a intensidade do frio aqui no sul, que combina nada, nada com cabelos molhados!

Acordei cedo, fiz meu devocional, tomei banho, LAVEI OS CABELOS, tomei meu desjejum e saí pra rua, a fim de resolver minhas pendências...
Insatisfeita com minha situação, não estava com coragem de pedir secador emprestado para ninguém...
Distraída como ando na rua (quem me conhece, sabe...) tive um “de repente” que me fez olhar para minha esquerda, e pra minha surpresa, adivinhem o que avistei: um pequeno SALÃO DE BELEZA, que na verdade mais parecia uma barbearia!
Vesti minha cara-de-pau de colportora e entrei.
O lugar era tão simples e tão humilde que combinava exatamente com a figura humana que encontrei lá dentro: um idoso senhor, baixinho, simpático.
Perguntei a ele quanto custaria para apenas secar meu cabelo, já com a intenção de ganhar o favor. Acho que as pessoas sempre entendem minhas intenções (rs)...
Então ele começou a secar meus cabelos, todo desajeitado, coitado! Percebendo que não ia dar conta do recado, perguntou se eu mesma gostaria de secar e me disponibilizou as escovas e pentes! Mais uma vez ele entendeu minhas intenções (rs)...
Já com os cabelos secos e penteados, começamos a conversar... Ele me contou de suas filhas, que o ajudavam a tocar o salão e outras coisas mais. No entanto, algo que ele disse simplesmente marcou meu dia e de pronto me deu um “insight” para escrever este texto:
- Sabe, moça, você tem um semblante diferente... Você transmite Jesus quando olho pra você! Deus te ama muito...
Parece que senti as células do meu corpo vibrarem ao ouvir estas palavras...
Eu não fiz nada por aquele senhor e mesmo assim ele foi capaz de ver Deus atuando através de mim... Senti um aperto no peito me impulsionando a falar o que sei sobre Deus para ele, então, orei silenciosamente e pedi que lesse Êxodo 20: 1-17, que é onde está escrito cerne do plano da redenção, a lei que rege o Universo.
Depois, aqui em meu quarto, fiquei pensando em o quanto seria bom ouvir isso todos os dias de outras pessoas, pois significaria que Jesus tem habitado em mim de tal forma que meu semblante reflete Sua luz, minha vida toca a vida de outras pessoas, meu olhar e meu toque iluminam para Sua glória...
Quantas vezes nos pegamos em momentos decisórios em nossas vidas e sentimos como se uma pesada cruz estivesse sendo colocada sobre nossos ombros, sem saber o que fazer com ela, sentindo muitas dores a ponto de não conseguirmos dar sequer um passo a mais... e mesmo assim teimamos em carregá-la por quilômetros!

Entendo Deus como um Ser supremo... Supremo a ponto de nenhuma criatura conseguir dimensionar o tamanho de Sua glória nem entender por completo Sua natureza. Absoluto: acho que este termo se aproxima do que penso sobre Deus! Nem mesmo todos os pronomes de tratamento disponíveis em nosso idioma seriam suficientes para nos tornar dignos de invocar Seu Nome e Sua presença simplesmente nos fulminaria, não fosse Sua graça salvadora.
No entanto, ao mesmo tempo que é um Deus supremo, desce ao nível de Suas criaturas, pois também é um Pai amoroso e forte...
Sim, Ele é um Pai amoroso e forte, que se dispõe a carregar nossos fardos pesados, ouve TODAS as nossas angústias pelo tempo que for preciso (e não fica olhando para o relógio).
Mostra-nos o caminho que devemos seguir, mesmo que às vezes seja necessário primeiro um passo de fé...
Por isso podemos deleitar-nos em Sua presença confortadora, como se deitássemos no colo do Pai debaixo de uma árvore, a sós... Deixando de lado o frenesi da cidade... e a turbulência interior... Tão somente mergulhando na paz de ter Alguém cuidando de nós...

Eu me sinto profundamente agradecida a Deus pelas experiências que tenho com Ele, que me revelam um pouco mais sobre Seu caráter e Sua natureza...

Se você não acredita na existência de um Deus e pensa que se Ele de fato existisse não haveria tanta miséria no mundo, deixa eu te contar uma coisa: Não fomos criados como robôs. Somos seres humanos, com quociente de inteligência, dotados de discernimento e capacidade de livre escolha. Muita gente morre de fome todos os dias. Isso é fato. Mas a pobreza é o resultado de dois fatores, somados ou isolados: cultura e política. Pense sobre isso.
Guerras em que milhares de inocentes morrem também são fatos... e resultados de política também. E o que falar de catástrofes naturais? Será que neste ponto Deus não poderia interferir? Até mesmo a maior parte das catástrofes naturais resulta de termos cuidado mal do meio ambiente por séculos. Deus não interfere nos resultados de nossas escolhas ou atitudes, mas está sempre pronto a nos ajudar, caso desejemos e peçamos.

O texto de hoje constitui-se numa exceção ao se tomar como base a linhagem de textos que tenho escrito, portanto, a mensagem que hoje quero deixar é bastante direta:

Deixe Deus habitar em você; procure uma experiência profunda e pessoal com Ele. Renove sua maneira de agir e pensar e sinta o prazer de ouvir alguém dizer o quanto você é diferente.

Shine, shine little star (brilha, brilha estrelinha)... por Jesus!

Quanto ao velhinho, quero ver como essa história vai continuar... espero que no céu  (o secador – parte 2).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

DIA DOS NAMORADOS... (de todo tipo possível)!

Rei Julien! Figurinha!!! Não há que não goste dele...


Meu namorado hora ou outra me diz que tenho sérias semelhanças com essa criatura! Não fisicamente, lógico! rs


Mas por que será que todos gostam do Julien?
Simples e sem enrolação: PORQUE ELE GOSTA DE SI MESMO! (e como!) rs


Mas o que tem a ver o rei dos lêmures com o dia dos namorados? hummm... Muito... 


Recentemente descobri que tinha uma visão muito "encurtada" do mundo... Isso mesmo: muito pequena...
Eu costumava achar que as pessoas todas eram iguais a mim, que teriam as mesmas reações que eu, meus mesmos gostos e coisas do tipo... E ainda achava estranho quando não era assim!
Foi simplesmente MARAVILHOSO (WONDERFULL) descobrir que não é dessa maneira! Descobrir que Deus é o maior amante das diferenças, pois foi Ele Quem nos fez todos DIFERENTES!
Parece que meus olhos passaram a ver mais cores...
Como num prima sob foco luminoso...


As pessoas são todas diferentes, e às vezes, para que consigamos perceber isso na profundidade e plenitude, precisamos sair de nosso próprio corpo e nos observar de fora.... e observar os outros de dentro (de dentro da gente e do outro)...


Assim, quando comparamos as semelhanças e diferenças entre nós mesmos e as outras pessoas, passamos a nos conhecer melhor, saber quais são nossas qualidades e defeitos, isto é, o que temos de bom e de não tão bom assim... Por fim, ganhamos o poder de trabalhar naquilo em que queremos melhorar e então começamos a gostar mais de nós mesmos! Nota: gostar é muito diferente de amar... (outro dia escrevo sobre isso...).


Resultado: super "UP" na auto-estima!


Precisamos gostar de nossa própria companhia, gostar do que somos e do que fazemos... Rei Julien é mestre nisso! rs


Normalmente muitas pessoas, quando começam um relacionamento, tomam um dos dois seguintes rumos:


1- Não cede em nada = dá errado
2- Perde-se no relacionamento, perde a noção de si, vive a vida do outro e cede em tudo = dá errado x 2


Quando eu fiz aquela maravilhosa descoberta (na profundidade e plenitude) de que as pessoas não são iguais a mim, e que aliás, não são umas iguais as outras, passei a me gostar mais e a gostar mais dos outros... Neste caso específico: do outro!


Simplesmente amo demais notar cada uma de nossas diferenças e semelhanças:


eu mulher, ele homem (isso já cria um universo de diferenças);
eu com cabelos lisos (brilhantes!) e castanhos, ele loiro exibindo cachinhos que eu amo;
eu com olhos  castanhos vítreos (inventei essa agora) e grandes, ele com seus olhinhos verdes;
eu com sorriso largo, ele com sorriso discreto;
eu prática (nem sempre), ele detalhista (amo isso!)...
a modéstia passou longe de mim (de mentirinha) , a modéstia parou nele e ficou (alguém tem que ser humilde né, amor! rsrs)
eu JUDIA, ele ALEMÃO (kkk)...


Ambos cristãos;
Ambos estilosos;
Ambos com sardinhas no rosto;
Ambos criativos;
Ambos amam brincadeiras...
Ambos demonstram o que sentem na medida certa...
Ambos não perdem a noção de si no relacionamento!


Em suma:


Visão de Deus + Visão de si próprio = up na auto estima, que é diretamente proporcional ao quanto os outros irão gostar de você = ter um namoro feliz e promissor.


PRIMEIRO SEJA UM SOLTEIRO FELIZ, PRA DEPOIS CONTINUAR SENDO UM NAMORADO FELIZ, CONTRIBUINDO TAMBÉM PARA A FELICIDADE DO OUTRO!

domingo, 27 de março de 2011

UM SONHO DE MÃE... OU DE PAI!

Às vezes penso que ser enfermeira foi um privilégio me dado por Deus...
Vivencio experiências tão profundas nessa área, que me fazem sentir útil para essa elevada incumbência de cuidar do corpo humano!
Em especial, dois momentos são incomparavelmente marcantes: estar ao lado do ser humano em seus últimos momentos de vida num leito de UTI e ter a oportunidade de segurar-lhe a mão, fazer um afago na cabeça e dizer-lhe palavras de conforto, percebendo nitidamente o efeito produzido por tais atitudes... E acompanhar um parto!
Hoje tive novamente a oportunidade de acompanhar um parto normal...
Todos os gritos de dor da mãe se calaram, todo o sofrimento se findou no momento único em que ela pegou aquela criaturinha indefesa e chorosa nos braços e chamou de “MINHA FILHA”!
Nunca mais vou me esquecer das palavras daquela mãe que, em meio aos gritos sofridos do trabalho de parto, dizia: “Filha, sai logo... sai logo porque a mamãe está sofrendo muito!”...
Eu estava do lado de fora da sala de parto, com um par de luvas grandes e molhadas, e um uniforme de centro cirúrgico igualmente grande e molhado... Meu trabalho naquele momento era lavar algumas peças no expurgo, mas não me contive ao ver aquela cena que me tocou profundamente... Literalmente me desliguei do mundo ao redor, e meus pensamentos vaguearam com os olhos marejados...
Como amar tão profundamente e instantaneamente um ser que causou dores tão horríveis?
Como não ter nojo de segurar alguém tão sujo de sangue e serosidade? E além de segurar, abraçar junto ao coração!

Então entendi que o amor verdadeiro é algo que transcende, que supera expectativas, que é real e que suporta cruéis dificuldades...
Aquela mãe estava ali sozinha... sozinha dando à luz... Poucas dificuldades são maiores do que esta...
Mas o amor por sua filha fez com que seus olhos se fechassem para esta realidade... E pude ver o sorriso em seus lábios...

Entendi também que não foi instantaneamente que o amor surgiu... Houve nove meses de preparação, de cultivo de sentimento...

Qualquer amor que seja verdadeiro apresentará estas características também...
Precisamos cultivar em nós mesmos tal tipo de amor...
Precisamos ter a certeza de que aqueles que nos amam também tenham estas características que trazem segurança e estabilidade, isto é, que são a base para qualquer relacionamento...
Alguém me disse uma vez que amor não se resume apenas a sentimentos, mas inclui ESCOLHA...
Podemos escolher a quem vamos amar..

E por fim, ao contemplar a cena do parto, não pude deixar de meditar sobre o amor supremo, sublime e eterno de Deus, nosso Pai, para conosco, seus queridos filhos...
Ele foi capaz de dar a própria vida pelo objeto de seu amor...

Temos ao menos sido gratos por isso?

Uma última característica importante no amor que devemos cultivar é a reciprocidade: reciprocidade nos relacionamentos horizontais (entre seres humanos) e vertical (com Deus)...


Então...

Cultive o amor verdadeiro e escolha hoje retribuir os amores! =)

MEU GUARDA-ROUPAS BAGUNÇADO

Houveram vezes em que senti um amargo desgosto ao olhar meu guarda-roupas por dentro... Era uma bagunça tão infame, que se ousasse puxar uma peça, acredite, caía tudo!
Essa situação permaneceu por um bom tempo... Não porque eu gostasse ou quisesse, mas pelo fato de que no local em que vivo, tenho direito a apenas uma estreita porta de quarda-roupas e duas gavetas externas (como se isso fosse suficiente pra alguma mulher!)... E some-se a isso a falta de tempo: catava tudo que estava espalhado, socava lá dentro e saía correndo do quarto...
Nem sempre trabalhar e estudar dá certo (rs)!
Um dia, muito desgostosa com essa situação, reparei que apesar de meu quarto estar aparentemente arrumado, bonito, bem apresentável, bastava que abrisse a porta do “dito cujo” pra que a bagunça reaparecesse e meu árduo trabalho recomeçasse...
Esse simples fato me fez aprender lições importantes:
1-     A beleza de verdade precisa vir de dentro para fora – meus problemas acabaram quando resolvi dobrar e enrolar certinho as peças de roupas!
2-     A sensação de bem-estar é muito mais real quando o interior está organizado, e não apenas o exterior – quando abria meu guarda-roupas e via tudo arrumadinho, cada coisa no seu canto, sentia leveza e era muito mais fácil encontrar o que procurava...
3-     Se o interior não estiver em ordem, logo o exterior seguirá o mesmo caminho – a beleza e arrumação do meu quarto terminava no momento em que abria a porta do meu guarda-roupas (rs)...
4-     Precisamos arrumar o interior antes que tanto o interior quanto o exterior estejam estragados – puxar e socar as roupas, bem como deixá-las cair ao chão acaba por danificá-las, além do que dificulta a circulação pelo quarto... difícil, não? (rs)
5-     As pessoas se aproximam de quem está bem por dentro – quando eu arrumava meu guarda-roupas, as outras meninas que moravam comigo viam, sorriam e elogiavam (isso motiva!!)...

Sendo assim, concluí que os verdadeiros valores, a verdadeira beleza, estão no que se é cultivado no interior...
Claro que é importante cuidar de nossa beleza física, porém isso não deve ser mais importante do que um caráter louvável, simpatia, humanização e tantas outras características essenciais...

Escolha andar na contra-mão do mundo, ainda que pra isso tenha de ser diferente...
Escolha cultivar valores e princípios em um tempo em que o culto ao físico é tido como o auge da beleza...

Seja arrumada (o), mas arrumada (o) de verdade!

quarta-feira, 9 de março de 2011

MÃE EVA




Mulheres histéricas... Sutiãs jogados, feitos montão em praça pública, clamando por liberdade! Consegue visualizar a cena? Essa foi apenas uma das que se sucederam durante a revolução feminina...
Mini saia, batons vermelhos, cabelos ondulados e curtos e, finalmente, ocupação do mercado de trabalho em posições tipicamente masculinas até então. Marco da igualdade entre os sexos! Igualdade é bom... Mas será que realmente se restringe a igualdade?
Por que dessa competitividade com o sexo oposto? Até que ponto isso é realmente positivo?
Feminilidade!
Mãe Eva!
Bela!
Mulher!
Penso em como poderia o mundo estar e condições diferentes se as mulheres se empenhassem em ocupar seu imprescindível papel para a formação da sociedade...
Não digo, de maneira alguma!, que devamos nos restringir a função de maternidade ou de puras domésticas! Não mesmo!
Devemos, sim, estudar, sermos excelentes profissionais, ter nossa independência financeira... No entanto, que isso não esteja acima do valor designado a família, base da sociedade e instituição que, apesar de estar sofrendo significativas mudanças, ainda perdura...
Nós, mulheres, filhas de Eva, temos em nossas mãos um poder dado por Deus para conter grande parte das mudanças negativas que tem ocorrido no âmbito familiar!
Basta que sejamos MULHERES!
Mulheres com vontade de serem quem são!
Mulheres com princípios, que não se deixam levar pela vulgaridade da moda, com suas extravagâncias, brilhos e xiliques requintados, mas que mesmo assim sabem e conseguem ser lindas!
Mulheres que sabem se comportar e respeitam seu corpo!
Mulheres independentes, mas que sabem tirar tempo de qualidade para educar e interagir com seus filhos, sabendo que isso é indispensável para o desenvolvimento adequado deles ...
Mulheres que não precisam mais cozinhar, mas que não abrem mão da cozinha nos fins de semana, só pra fazer um prato especial e ver a cara de alegria do maridão (e os elogios da família ao redor da mesa)!
Mulheres competentes, mas que são sensíveis ao tomar decisões!
Que são chefes, mas que pregam botões em camisas...
Enfermeiras, médicas, engenheiras, advogadas, juízas, secretárias, psicólogas, faxineiras... Solteiras, namoradas, noivas, esposas, mães... Todas somos filhas de Eva...
Criadas por Deus para dar um toque especial no mundo que nos cerca!
Mulheres de verdade não precisam se sacrificar com duplas e difíceis jornadas de trabalho, pois sabem que basta saber estabelecer prioridades!

Então, neste dia que nos é dedicado, tomemos a decisão de nos posicionarmos de verdade, nadarmos contra a correnteza da vulgaridade, apostarmos nos princípios norteadores do bem, valorizarmos o maior patrimônio que Deus nos deu (nosso corpo) e mantermos fresco na memória que somos lindas pelo simples fato de sermos mulheres de verdade! E viva ao nosso dia, com saia e salto!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A FLECHA DO ÍNDIO


- Não faz isso! Por favor! Vai doer!

Gritei pro meu irmão e saí correndo, descalça no quintal de terra!
Senti um desespero tão grande dentro de mim, que não sei explicar!

A cena que se passava fazia parte de uma brincadeira de índio...
Meu irmão estava correndo atrás de mim, com o objetivo de acertar-me uma flecha...
Havíamos ganhado de nosso pai um conjunto de arco e flecha de brincadeira, feitos por índios de verdade... O meu tinha penas cor Pink e o do meu irmão, amarela.

A flecha nem havia saído ainda do arco de meu pequeno rival e eu já gritava como louca, correndo freneticamente a ponto de minhas pegadas formarem grandes buracos no terreno arenoso... curvava minha coluna pra frente pra escapar da flechada e já até mesmo sentia o dor!

Isso mesmo! Eu estava sentindo dor antes de levar a flechada!

Tal fato provocou uma cascata de risos em minha mãe, que observava de longe os filhos brincarem...


Então ela fez uma observação que até hoje ricocheteia em minha mente:
- Filha, você está SOFRENDO POR ANTECIPAÇÃO!

É...
Sofrer por antecipação... ou sofrer com antecipação...
Quem nunca cometeu este erro, que atire a primeira pedra... Ou flecha!

No decorrer de minha vida, em vários momentos me vi sofrendo por antecipação...

“Bah! Será que vou passar no vestibular?”
“Meu Deus, o que vai acontecer quando eu me formar na faculdade? Será que vou conseguir emprego?”
“Eu cometi um sério erro aqui no trabalho, tentei consertar, mas será que meu chefe vai me demitir?”

Gente, vamos direto ao ponto: Sofrer por antecipação traz várias doenças, dá rugas (tu quer ficar velha antes do tempo, quer?) e deixa você com cara de triste... e tristeza afasta as pessoas... sendo assim, ainda te faz ficar só...
Aí tu escolhes... É isso que tu queres pra ti?

Eu percebi também que o que faz o “sofrer por antecipação” é o cultivo de pensamentos pessimistas...
E notei também que as coisas que pensamos realmente acontecem...
Não por um passe de mágica ou poderes do além...
Mas porque são nossos pensamentos que geram nossas emoções e nossas atitudes...
Dessa maneira, se cultivarmos pensamentos negativos, inconscientemente teremos atitudes que levarão à concretização de nossos pensamentos, além do que as emoções geradas por pensamentos ruins normalmente também seguem o mesmo rumo...
E todos já sabemos quais os resultados obtidos por decisões tomadas em momentos de emoções em ebulição...

Quer ver como é verdade?

Marido e mulher estão brigados e sem se falar...
O motivo não importa... Nem quem está certo ou errado...
O fato é que estão brigados e sem se falar.
Ela fica o tempo todo imaginando que a qualquer momento ele vai pedir o divórcio... Então ela pensa: será que não sou mais mulher o suficiente para ele?
E começa a sentir coisas ruins... Seu orgulho e ego começam a ficar feridos... Milhões de pensamentos passam por sua mente... Suas emoções começam a ferver... Ela chora baixinho, escondida... Sente um dor forte no peito... E por fim conclui que se ela não é suficiente pra ele, o melhor é que se divorciem mesmo... Então, cria coragem, chama o marido e pede o divórcio!

Pronto! Ela conseguiu o divórcio que talvez nem tivesse passado pela cabeça do esposo...
Isso acontece sempre em nossa vida... E o pior é que na maioria das vezes nem nos damos conta...
Olhamos ao redor e vemos tudo errado! Está tudo errado! E nem sabemos o por quë...
São nestes momentos que precisamos parar... Sim! Parar tudo e fazer uma louca viagem interior...
Buscar o autoconhecimento...
E ao vasculhar nossa mente, analisar os tipos de pensamentos que temos cultivado...
Se descobrirmos que não são pensamentos positivos, e portanto inadequados, precisamos mudar...
É mais uma vez questão de decisão...
Tudo em todo tempo envolve decisões...

Portanto, se quer dar certo na vida, comece hoje a mentalizar as coisas dando certo...
Planeje aonde quer chegar, mesmo sem saber como.
Ouse sonhar alto!
Isso mesmo! Sonhe bem alto, pois você pode chegar lá!
Desprenda-se das âncoras do passado: aquelas coisas que já fez e se arrependeu (pois Deus te perdoa se voce quiser), aquelas coisas que lhe disseram que negativas, aquelas decisoes erradas que tomou... Sempre há tempo para recomeçar... Não importa quantas vezes já deu errado pra ti... Não importa quantas vezes já tentou e não conseguiu... Não importa se o tempo certo já passou? Quem sabe qual é o tempo certo de verdade?...
Tudo o que nós passamos nesta vida serve de aprendizado... Se até agora não deu certo algo que tentou, não deixe de ousar se seu coração ainda o incomoda pra isso...
Não olhe para as dificuldades...
Tenha um componente chamado fé!
Experimente dar um passo!
E perceba que se o Mar Vermelho não se abrir ante sua face, Deus fará com que caminhe sobre as águas...
Acredite, pois isto é verdade!
Queira experimentar por si mesma (o)!

Como já mencionado, não significa que sua mente vai atrair coisas boas, mas sim que bons pensamentos vão gerar bons comportamentos... E então serão obtidos bons resultados.

“O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más.” (Mateus 12:35).

Sendo assim, a receita de hoje é: pense coisas boas, sonhe alto e conte com Deus pra fazer as mudanças necessárias... O resultado disso será a vitória que todos almejamos...


E deixe pra sentir dor apenas quando (e se) a flecha alcançar suas costas!



DENTE-DE-LEÃO


Quando eu era menina morava em Curitiba, no Paraná...
Lembro-me que morava em um apartamento...
Pra mim era uma festa quando minha mãe pegava em minha pequenina mão, segurava-me pra eu não rolar escada abaixo em minha pressa infante e descia comigo pra passearmos no campo ou brincarmos no playground...
Em um desses passeios, descobri algo interessantíssimo: um dente-de-leão!
Eu peguei aquela coisa plumosa que brotava do chão, corri e mostrei pra mamãe...
Ela disse: “Assopra pra você ver o que acontece.”.
Soprei...
Vi a pequenina flor se desfazer entre meus dedos e muitos pequenos dentes-de-leão se espalharem pelo ar, rumo ao céu azul...
Foi uma experiência única pra’quela criança de três anos...
Hoje já sou uma “criança crescida” e vejo que ainda assopro alguns dentes-de-leão em minha vida...
Comparo as partículas que se desprendem e sobem, sobem, sobem, à pensamentos que eu escolho cultivar e que me fazem subir, subir, subir...
Eu escolho quais pensamentos cultivar assim como escolho assoprar o dente-de-leão...
Mas percebo também que se o vento parar de soprar as partículas voltam ao chão...
Tenho que manter a chama acesa, o vento soprando... pra continuar subindo...
E não cair nunca...
O céu azul...
Tenho que manter a visão nele...
Foco. Alvo. Objetivo.
Eu comparo a luta por nossos pensamentos como dois vendedores, cada um querendo vender seu produto...
E todas as manhãs nós acordamos e ouvimos as duas ofertas...
Um oferece um produto que se comprado, pode acabar com nosso dia...
Enquanto o outro oferece um produto que nos fará felizes, resultando em um dia leve, tranqüilo, mesmo que estejamos atrasados pra aula ou trabalho, mesmo que peguemos um trânsito horrível, mesmo que tenhamos uma prova marcada na faculdade para a qual não tivemos tempo de estudar, mesmo que ainda não sejamos quem queremos ser...
Mesmo que AINDA não sejamos quem QUEREMOS ser...
O detalhe nisso tudo é que normalmente o vendedor do mau produto costuma passear pelas ruas de nossa mente com carro de som, alarmando tudo que estiver por perto... E ele não brinca em serviço... Bota o som no volume máximo, pra tentar fazer com que o concorrente não tenha chances...
No entanto o concorrente EXISTE...
Ele está ali... E também está trabalhando arduamente...
Mas não tem outro carro de som pra que ele possa anunciar seu produto através de nossas sinapses neuronais...
Sendo assim, precisamos retirar o equipamento de um e entregá-lo ao outro se quisermos ouvir claramente a boa oferta...
É tudo uma questão de escolha diária, logo de manhã, antes mesmo de abrir os olhos...
É no momento em que se dá conta que se está acordado que a escolha deve ser feita...
A escolha hoje é sua...
Decida pela boa oferta e seja feliz...
Escutar a boa oferta é levantar-se, olhar no espelho e sorrir pra si mesmo, pois o primeiro sorriso do dia que você vê tem de ser o seu mesmo... Mas de um sorriso escancarado, que de tão exagerado e forçado lhe faça rir de verdade...
Comece o dia com um sorriso que venha da alma...
Sinta em seu corpo emocional, em seu corpo espiritual e em seu corpo físico todas as sensações singelas, porém indescritivelmente maravilhosas advindas dessa simples atitude...
Depois, continue em frente ao espelho e diga: “Meu Deus, que gata (o) o Senhor criou!”. “Que pessoa inteligente e bonita... olha que cor maravilhosa que meus olhos tem!”... Repare em pequenos detalhes de seu corpo que admira e se atenha a eles por alguns minutos... Repare em coisas boas que existem em seu caráter e personalidade e se atenha a eles por alguns minutos...
Não importa a correria do dia, tire este tempo pra você mesmo...
E sinta a diferença de criar este hábito...
Agradeça a Deus por todas as bênçãos...
E então, recomece a rotina diária revigorada (o)...
Escutar a boa oferta significa chutar pro lado as pedras do caminho: aquele “amigo” negativo, que reclama da vida o tempo todo e que, a despeito de seus esforços para fazerem-no ver que há coisas boas, ele insiste em permanecer no fundo do poço... e mais: ainda quer carregá-lo pra cavar mais um pouco e ambos continuarem a cair...
 Aquelas pessoas que falam que você não vai conseguir, que você não é capaz...
Escutar a boa oferta também envolve saber resignificar  e elaborar planos de estratégia para as críticas que nos fazem e transformá-las em algo construtivo, algo que some para o nosso crescimento como seres humanos...
“Guria, tu és muito tímida, tem que falar mais! Tem que ser melhor em relacionamentos interpessoais... Tua profissão exige isso de ti... Hoje em dia as empresas contratam mais pessoas com boa capacidade de relacionamento do que com competência técnica!”.
Quem é tímido e já ouviu isso de um chefe sabe o quanto toca no fundo...
Mas pode ser resignificado... E pode haver, sim, um bom plano de estratégia:
“Eu não preciso ser a pessoa mais tagarela do mundo... mas como posso fazer pra melhorar? Vou dar mais ‘bom dia’ para as pessoas... sorrir ao cumprimentar alguém... parar para ouvir as conversas e delicadamente interagir...!”.
Pronto!
Isso pode ser aplicado para qualquer crítica e área da vida!
É um caminho longo, mas pode ser alcançado...
É necessário trabalho duro...
Tudo é conseguido com muito esforço... E assim sendo, é muito mais valorizado...
VOCE é uma pessoa responsável por si mesma...
E é maravilhoso, após a caminhada, olhar para trás e ver seu próprio crescimento...
Nunca devemos ser um copo cheio...
Nem um copo vazio...
Devemos ser sempre um copo pela metade: alguém com muito conhecimento, mas em quem sempre caiba algo mais, algo que some positivamente...

Você, “criança crescida”, precisa continuar a assoprar os dentes-de-leão e observar as partículas voarem pra cima...
E continue a assoprar... Pois elas não podem cair...
VOCE é responsável por não deixá-las cair...
Mas lembre-se: Não está só nessa longa jornada no campo com dentes-de-leão... Deus está ao seu lado, para motivá-lo, dar-lhe o alimento de que precisa para tornar-se forte e ter o fôlego de que necessita para continuar a assoprar!

Então siga...
E em suma, cultive pensamentos positivos e verdadeiros, resignifique as críticas, absorvendo apenas o que for útil para o seu crescimento, tire as pedras do caminho e jogue-as para muito longe, e formule planos de estratégia toda vez que se fizer preciso.
Por fim, sorria escancaradamente, nem que seja forçado, porque depois disso, o verdadeiro sorriso emergirá da alma, e trará a alegria tão desejada, de uma fonte tão simples!

Seja feliz!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um ponto Brilhante


Um dia eu estava a caminhar por uma caverna...
Ela era escura, fria e tinha, por sobre a areia que formava o sólido chão, uma camada fina de água que remetia meus pensamentos ao rio que outrora teria passado por ali...
Eu estava completamente só...
Uma bermuda na altura das coxas, uma blusinha de alça e os pés descalços...
O corpo todo preparado pra sentir todas as sensações proporcionadas pelo ambiente...
Eu estava amando tudo aquilo...
Ao longe ouvia o barulho de uma goteira lenta e solitária...
Queria imaginar de onde vinham as gotas...
Foi aí que minha aventura de exploração da caverna teve seu início...
Eu pisava forte na água e percebia que ela se esparramava em gotas pelo ar... e depois voltavam ao chão...
E quanto mais forte eu pisava, mas alto iam...
Então eu comecei a correr e sorrir...
Era muito divertido, apesar do frio...
As risadas tinham um eco engraçado, que me faziam sorrir ainda mais...
E mais ecos se formavam...
Virava um ciclo alucinante de risos reais e ecos de risos, misturados a gotas geladas de água e areia do chão...
Aquilo encheu minha alma numa sensação indescritível que me fez perder a noção do tempo, da idade...
E voltei a ser uma criança feliz...
Mas a "criança" desnorteada, feliz do nada, não viu uma pedra...
Uma pedra pequena, porém afiada...
E a água, anteriormente cristalina, começou a ficar avermelhada...
Então uma sensação diferente surgiu....
Dor...
E o que fazer com isso?
Dor é ruim...
Eu não gostei de sentir dor...
Mas não sabia o que fazer com meu pé que doía...
E sangrava...
Então eu pensei:
"É só um pé... e ele está doendo... acho que se tirar esse pé, o dor vai passar... será? Ou será que vai doer ainda mais?"...
Eu precisava tomar uma decisão...
Decisões...
Necessárias, porém nem sempre fáceis...
Era o meu pé que estava em jogo...
Então eu comecei a raciocinar...
Em segundos milhões de coisas passaram em minha mente:
A utilidade do meu pé - que servia pra me dar apoio, pra me fazer andar direito e até pra ser uma pessoa normal...
Será que eu conseguiria viver sem ele?
Por outro lado, o dor estava ali...
E eu tinha que fazer algo pra passar...
Percebi que se eu tentasse cortar meu pé, começaria a doer ainda mais...
Então olhei ao redor...
Não ouvi mais os risos, nem seus ecos que me faziam rir ainda mais...
Onde estão as gotas de água que saltavam cintilantes?
Será que tudo agora era dor?
Eu não podia deixar que fosse assim...
Percebi que quanto mais adiava minha decisão, mais aumentava o dor, e as coisas que eu antes fazia que me proporcionavam bem-estar, havia deixado de fazer...
Minha mente girou novamente...
Então, com a pedra que cortou meu pé, rasguei um pedaço da blusa e vi que a melhor saída era enfaixar o pé sangrante...
Unindo as bordas da ferida e fazendo um enfaixamento compressivo, vi que parava de sair sangue e o dor diminuía...
Esperei algumas horas pra depois conseguir voltar a andar... 
Olhei pra parede da caverna...
E senti vontade de tocá-la, cheirá-la...
Queria sentir sua textura, temperatura, cheiro até gosto...
Queria sentir tudo de bom que aquele lugar pudesse me proporcionar através de meu corpo, de meus sentidos...
Tudo era descoberta nova pra mim...
A parede estava fria, úmida, tinha musgos que conferiam uma textura meio aveludada...
Cheiro de musgo, terra... muito bom...
Mas o gosto era ruim...
Fez-me sentir repulsa...
Pensei em como podia algo que tem cheiro e textura agradáveis, ter um gosto ruim...
Gastei alguns minutos pensando nesta questão...
Por fim concluí que nem tudo o que parece bom vai trazer apenas coisas boas...
E assim como me vi obrigada a cuspir musgo da língua, entendi que na vida é necessário sempre ter uma rota de escape, um plano B para o caso de o plano A dar errado...
É como uma saída de emergência de um prédio... Ela existe apesar de ninguém ficar o tempo todo pensando nela...
E será usada, se necessário...
As minhas unhas estavam verdes de musgo...
Limpei-as nos braços...
Vi que eles ficaram coloridos de verde...
Achei aquilo hilário...
E descobri que posso fazer as coisas ruins ficarem boas...
Mas EU tenho que DECIDIR fazer isso...
Então minha jornada de descobertas continuou...
Eu já estava com o pé enfaixado, a blusa rasgada, um gosto ruim na boca, unhas encardidas e braços coloridos...
Eu estava feliz com minhas descobertas...
Mas algo começou a incomodar...
Quanto mais eu adentrava na caverna, mais fria parecia ficar...
E o que eu ia fazer?
Além de fria, escura...
Estava difícil enxergar...
Senti algo diferente, que chamei de MEDO...
Coisa estranha era aquela...
Começaram a sair de meus olhos gotas de água salgada...
E meu coração pesava...
Parei...
Simplesmente PAREI...
Então descobri que o medo trava...
Eu tinha medo, tanto de voltar quanto de prosseguir...
Raciocinei: estava sozinha, era muito escuro... era perigoso...
Mas... Que eu faria se não tivesse MEDO?
Prosseguiria, com certeza...
Prosseguiria porque tudo o que tinha ficado pra trás eu já conhecia...
Tinha descoberto tudo...
Eu queria arriscar algo melhor...
E achar outra saída daquela caverna...
E pensei no quão emocionante poderia ser o restante da minha viagem...
No escuro...
Dei o primeiro passo...
Os joelhos tremiam e meus olhos permaneciam fechados...
Andei por vários minutos assim...
Mas eu queria ver...
Afinal, tudo era novo agora...
Nem se quisesse poderia voltar...
Pois tomei a DECISÃO de seguir...
E algumas vezes decisões não tem volta...
Confesso que cair nesta realidade pesou...
Fiquei em dúvida se tinha tomado a decisão certa...
Minha cabeça girou à velocidade da luz...
O peso da dúvida era terrível demais...
Eu não estava suportando...
Pensei em Deus, em minha existência e porque Ele havia me permitido chegar até ali se eu estava sentindo aquele peso angustioso...
Novamente as lágrimas rolaram...
Então, em meio à minha turbulência interior (pois o exterior estava calmo e quieto como sempre fora) ouvi uma voz...
Mas era uma voz muito baixa...
Ou era a turbulência que estava muito alta?
Percebi que precisava silenciar...
Silenciar interiormente... Pra poder ouvir a voz...
Os soluços diminuíram...
Aquietei.
"Abre os olhos!"
Então era isso!
Era só isso que a voz estava me dizendo?
"Não vou abrir os olhos... abri-los pra que, se não vou enxergar?" - teimei...
Eu tinha mais uma decisão a fazer... Podia abrir os olhos ou permanecer com eles fechados...
Qual seria melhor?
Parecia algo tão simples, que me deu aquela vontade tipicamente humana de complicar...
Permanecer com os olhos fechados me deixaria eternamente na escuridão...
Ao passo que se abrisse quem sabe enxergaria algo que me desse algum tipo de prazer e paz?
ABRI!
O que era aquilo?
Um ponto brilhante!
Corri numa corrida desvairada...
Sem pensar em nada...
Apenas em alcançar meu objetivo...
Corri sentindo a água fria do chão pular em gotas cristalinas que refletiam a luz do ponto brilhante e formavam pequenos pontos luminosos...
Corri sentindo a areia fina entre meus dedos...
Arrastando a mão pela parede e sentindo a umidade, o frio e a textura...
Mas não quis parar pra sentir o gosto novamente, pois já sabia que era ruim...
Corri loucamente, mas sempre olhando pro chão, pra não encontrar uma pedra afiada indesejada...
Aquela corrida se tornou alucinante, fonte de muito prazer, pois sentir todas aquelas sensações ao mesmo tempo era indescritivelmente maravilhoso... 
Com a diferença de que agora eu tinha a maturidade de não lamber musgo da parede e não encravar pedras no pé...
Em fim o ponto brilhante aumentava e tornou-se uma passagem para o mundo exterior...
Que será que teria lá fora?
Dessa vez não hesitei...
Pois parecia bom...
E aprendi que postergar decisões traz sofrimentos...
Que mudanças são necessárias e normalmente trazem felicidade...
Que o medo trava a gente de fazer coisas maravilhosas...
Que posso transformar coisas ruins em boas...
E me livrar das ruins, cuspindo-as...
Que posso me machucar, mas que sempre haverá uma solução...
E que o plano B, a rota de escape, é necessário, mas que não posso ficar pensado nele o tempo todo...
Ele apenas precisa existir como forma de auto-proteção...

Então simplesmente passei pelo ponto brilhante, que já não era mais ponto, mas sim uma passagem...

O MUNDO EXTERIOR!

Era lindo... Mas o mais emocionante é que tinha gente...
Conversei com eles...
Contei a experiência lá dentro da caverna...
Disse das dificuldades e das coisas boas...
Motivei-os a passar pela caverna...
Alguns foram, mas decidiram passar pelas mesmas dificuldades que passei...
Outros foram, mas não se machucaram, pois decidiram aprender com meus erros...
E outros decidiram não arriscar...
Nada de mal lhes aconteceu, porém continuaram na mesma vida de sempre, fazendo sempre as mesmas coisas e tendo sempre os mesmos resultados...
Estes decidiram não arriscar, pois tinham medo de mudanças...
Alguns destes reorganizaram sua mente e abafaram a curiosidade de saber como seria bom passar pela caverna e todas as sensações maravilhosas que sentiriam em seu corpo... Pois tinham medo de mudar...
Outros dos que ficaram atormentaram-se com a curiosidade... E o tormento não passava... Mas decidiram ficar... Pois tinham medo de mudar... Poderiam desestabilizar sua vida se arriscassem... Largariam tudo pra entrar numa caverna?... E se fosse bom? Ficaram nesse dilema...
E ainda outros que também estavam nesse dilema resolveram ir pra caverna... Arriscaram e foram...

Esperei até que voltassem...

Todos voltaram sorrindo...

E aos que ficaram, pelo medo da mudança, restou ver a felicidade estampada no rosto dos que foram!